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10 de out. de 2011

Through Glass



Era mais um dia comum, será que te veria? Da primeira vez, sim! Você não me viu. Gostei disso. O dia foi passando e vez ou outra me lembrava de você. Quase chorei com as minhas músicas. Afinal, como o mestre disse, “é tão estranho, os bons morrem jovens” e me emocionei. Why? Vai saber.

Escolas, trabalhos, bizarrices e tudo mais. Fim da última aula, muita pressa, um motivo e a demora. Para poder sair. Esperar. 3 filas. OMG, quanto tempo demoraria? Não sei. Sei que com aquela fila, o último ônibus saiu há muito tempo. Um bom sinal? Talvez. Espera. Espera. Espera. Finalmente. Aqui estamos. Cheio, cheio. Parei perto do seu lugar e mais pessoas também. Não me importei. Disse a mim mesma que fingiria que você não estaria ali. 

Você chegou. Passou por mim. Parou um pouco depois. Eu estava em frente a uma janela. Vento. Eu precisava. Do lado, o vidro da janela aberta. Eu conseguia te ver. Me esforcei para não te notar. Mas era impossível não parar com aqueles olhos pintados perfeitamente, sem esforço algum. Aquela boca desenhada, sem seu esforço. Você. Apenas isso. Era você. 

Te olhei. Não consegui evitar. Você me olhou pelo reflexo. Olhou para o outro lado, e eu te olhei. Fora de reflexos de vidros. Sua cabeça voltou ao lugar. E seus olhos pararam em mim. Através do vidro. A única coisa que consegui pensar foi Through Glass. Ouvi. E adivinha qual o toque do meu telefone? A mesma. Quando menos esperei, o telefone tocou. Será que você entende o que é Through Glass? A ligação não foi a minha vontade, mas veio a calhar. Será que você me entende? Foram olhos e olhares a perder as contas. O tempo passou, a hora chegou. Você foi. Deu aquele meio sorriso que já vi – poucas vezes – antes e pensei “até amanhã”. 

Fiquei lá. Pensando. Por que você retribui meus olhares e não diz nada. Por que a gente se vê todo dia, e você é quem eu não consigo cumprimentar com um sorriso. Dizer um tímido “oi”. E todas essas coisas. Ali, descobri que, mesmo sem você saber, a gente tinha uma música. Não tinha a ver com a ocasião e talvez nem com a gente. Mas o título, dizia tudo. Tudo que a gente sabia ali.

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